O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quarta-feira, março 13, 2024

COMO VIVEM AS MULHERES...

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A REALIDADE DAS MULHERES HOJE

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Tenho pensado muito sobre a Mulher de hoje que se sente sem motivação e sem disponibilidade para si mesma enquanto mulher - o que é o caso da maioria das mulheres - e que nem sequer se pensa como mulher  não ser associando-se a ideia de mãe e esposa etc. e isso acontece mesmo com mulheres que a partida estariam interessadas em si e nos problemas das mulheres em geral, ou as que lutam por uma causa feminina, o que vejo é que afinal não conseguem assumir um verdadeiro “compromisso” de  consigo mesmas e pensar em si tal como nas outras mulheres enquanto pessoas que sofrem muitas coisas em comum, ou simplesmente pessoas com o mesmo propósito de vida, que seria conhecer-se a si mesmas enquanto individuos e não como funções.
E vejo claramente  as causas disso… o porquê desse desinteresse das mulheres por si e pelas outras mulheres: primeiro há sempre a casa e a familia, o marido e os filhos e os pais e depois o trabalho, e essa é a ordem de valores que se estabelecem desde logo e a partida para todas salvo raras excepções. 

AS mulheres não veem como estão sobrecarregadas de deveres e trabalhos e sem tempo para si...
Definitivamente tudo isso que nos prende ao nosso fado, diminui a capacidade de pensarmos ou sentir como MULHERES no sentido de uma realização não apenas como esposas e mães…mas como Mulheres conscientes que buscam a sua plenitude e capazes de serem elas mesmas sem todo esse rol de compromissos e deveres prioritários na vida - uma vida de escravas - e assim ou porque se sentem preenchidas ou cansadas do esforço, não há espaço para a criatividade ou para a dádiva a pessoas que não são do seu circulo familiar e ainda menos pensar nas outras mulheres com quem nunca estabelecem relações de amizade verdadeira – para resguardar os maridos ou porque existe e persiste essa velha rivalidade entre elas…
Quando eu escrevo para as mulheres e crio um pequeno grupo de leitoras e amigas… vejo com desgosto e pena que aos poucos todas abandonam o barco e se desinteressam pelo discurso feminino e pelos motivos que apontei. E não é porque não temos tempo…é porque não temos interesse que não somos motivadas. Nunca as mulheres se deixaram motivar que não fosse pelo que as interessa imediatamente, seja pelo amante/marido ou filhos… pela sua vida familiar e afectiva, as suas paixões e a luta pela sobrevivência…ou mesmo outra actividade, mas egoisticamente pelo seu ego, prazer e afirmação pessoal – e tudo isso está em primeiro plano e elas não veem que não é apenas a necessidade de viver a "sua vida", que nada tem de seu...mas porque estão debaixo do Controlo de um Sistema e do patriarcado que as oprime e usa e assim moldou as suas vidas e desejos e elas resignam-se ou aceitam sem se questionar ou sem pensar que poderiam ter uma vida própria…ou nem nisso estão interessadas porque o seu vazio e culpa e a obrigação é maior que tudo o resto. Sem essas obrigações sentir-se-iam vazias, porque não tem contacto com a sua essência feminina...
As mulheres continuam vitimas do sistema e estão completamente debaixo do controlo económico e cultural dele. Não vejo saída, sinceramente…
Portanto o que eu sinto e penso é que a minha utopia durante décadas alimentada aqui e noutros circulos está a chegar ao fim e esta tentativa inglória de fazer DESPERTAR AS MULHERES é perfeitamente distópica… a minha ideia não passa de uma realidade imaginária em que tudo afinal está organizado de uma forma opressiva, assustadora ou totalitária...e é esse mundo em que estamos inseridas e vivemos anestesiadas.
rlp

COMO É QUE ISSO ACONTECEU?



A MORTE DA MÃE

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A falta da Mãe…a Mãe inicial, a que ama, a que cuida, a mãe que ampara, a mãe que alimenta e resguarda a sua cria - acabou por criar filhos sem mãe o que gerou o ódio a violência e a guerra no mundo… Os Filhos sem mãe, criaturas que não recebem a nutrição maternal nos primeiros meses de vida, tornam-se violentos e incapazes de viver em sociedade e por isso muitos ou são criminosos e assassinos… tal como os mamíferos, notadamente como acontece com os macacos, segundo uma análise recente cientifica, quando abandonadas pelas mães ou estas morrem eles ainda bebés, adultos eles tornam-se agressivos e não sabem copular…
Parece que essa foi a nefasta forma como a Igreja usou para controlar a Mulher e a Mãe e dominar os homens. Separar a criança da mãe logo que ela nasce para a baptizar e livrar do pecado do sexo e do corpo da mulher...

Assim se destruiu e continua a destruir a importância da Mãe, na sua função soberana, sobretudo nas maternidades, em que as crianças ficam separadas das mães, assim como depois em casa dos pais  dormem  em quartos separados do casal; o pai tem a prioridade de posse sobre a mãe em detrimento do filho - os humanos são os unicos mamíferos que se separam das crias enquanto ainda são pequenas... Assim, a Mãe e a mulher vão perdendo o valor da relação criança mãe, o par inicial, em nome da ordem estabelecida e as normas do sistema de dominação. 

Lembremos o mito grego em que Zeus engole a deusa Metis para lhe roubar a gravidez da filha Atena que ameaçava tirar-lhe o seu trono quando crescesse; Atena acaba por nascer saindo da cabeça de Zeus ou da sua perna. Aí cultural e historicamente acabou o reino da Rainha Mãe para o reino do Deus Pai. Este Mito assemelha-se ao Mito de Edipo com diferentes contornos, mas sempre a culpa a condicionar o ser humano. Esta é a mensagem que passa num universo masculino de culto do pai e onde a mulher e a Mãe passa a ser desprezada/anulada. Portanto, ligando os mitos a  psicologia dita das “profundidades”, desde Freud a Jung, os famosos psicólogos que dominam pelo o intelecto masculino, geram igualemnte a culpa e o medo do incesto que domina nessas psicologias que são as das pessoas "cultas" de hoje, que com a sua arte e cultura, os seus filmes (realizado por artistas escritores e intelectuais actuais) não há dúvida que a Mulher não tem presença e a Anima passa para o homem segundo Jung e nem sequer existe uma referência maternal. A sua importância é sonegada. Ela é apenas a amante sexual potencial do pai e do amante, o futuro herói que irá preenche-la e tomar conta dela, dominando-a, e sem que ela tenha ou possa ter vida própria senão em função dele.
E é curioso notar que em filmes de guerra assim como nos filmes de aventuras e ficção, o padrão afectivo e familiar dominante é filha/pai e isso é actualmente uma constante subliminar…enquanto que o rapaz se torna no herói e tudo faz para agradar ao pai que o submete e diminue, também a rapariga, aparece sem mãe, e a defender o papá, marcados ambos com o abandono do pai (que os roubou à mãe) ou decepcionados por ele não ser como o projectam ou por não lhe dar a atenção que eles buscam, mas é sempre o Pai que acaba por ser o seu grande herói, amor ou fixação…Isto é deveras estranho, mas faz parte da nossa cultura patriarcal, em que o amor da Mãe é substituído pelo do Pai dominador e que nada tem a ver com o nasciturno senão uma breve e ocasional participação, pois é a Mãe que alimente e dá vida a criança... 
Muitas séries policiais modernas em quase todas aparecem pais bondosos (e traídos pelas mulheres) com filhas que eles cuidam sem mãe. É como se de facto a mãe não existisse e não tivesse qualquer importância social e económica (de facto não tem) e explora-se o amor da filha pelo pai (tal como do filho) ou fazendo o pai ser o bom da fita e a mãe uma bêbada, prostituta ou drogada… este é sempre o tema dos filmes americanos...


COMO É QUE ISSO ACONTECEU? Como é que fomos desviadas do par inicial que alimenta e forma o ser para a Vida... Como o direito A VIDA foi substituido pela lei e pelo  PODER

Talvez este excerto do livro REBELIÃO DE EDIPO de Cacilda Rodrigañez Bustus possa esclarecer

Como A Vida foi subjugada pelo Poder, por isso - quando acordamos de manhã e ao longo do dia- o SENTIR a VIDA correr dentro de nós é da ordem do milagre.

A nossa LUTA como mulheres não serve de nada se for virada para fora, ao nivel social, a não ser que seja mantida através de um trabalho de DES-CONSTRUÇÃO de forma perseverante e incansável dentro de nós mesmas contra o que foi estabelecido pelo Sistema de Dominação, para que possa surgir novamente a ordem da Vida…
 
DIZ ELA: 

“Para construir uma bagagem conceptual e simbólica que recria e propicia (o entendimento) do que é a autorregulação da vida, é preciso uma correlativa (e constante) des-construção da ordem simbólica patriarcal, que exerce uma pressão continua e tem tudo estruturado no plano social e no individual (para nos submeter); e há que exercer uma pressão analítica no sentido contrário. É muito mais que vencer uma inercia de um modo de pensar. Deve ser ultrapassado o dogma estabelecido dessa civilização para chegar à verdade da vida humana.

A Lei do Pai tem construido uma poderosa ordem simbólica, correlativa a sua ordem social, que faz com que acreditemos que a sua lei é a lei da vida, de tal maneira que a lei e a vida estão confundidas em nosso mundo; e esta ordem simbólica e a sua confusão operam diretamente sobre o nosso inconsciente, além de operar evidentemente sobre a nossa consciência. Por isso é preciso realizar um esforço especial para sair de tal ordem simbólica, para adotar o ponto de vista da autorregulação da vida (aquilo que é da natureza da relação par mãe-criança) para ir desfazendo a confusão entre o que é a Vida em si e o Poder estabelecido.

E já que temos uma perspetiva na qual vivemos tão assumidamente, o esforço analítico e crítico de des-patriarcalização deve ser sistemático, ou pelo menos semântico. Não é gratuito afirmar que o ponto de vista da autorregulação da vida (natural) é anti-patriarcal, da mesma forma que não é gratuito ter - em relação ao corporal - a perspetiva anti-eudípica da integridade primária: se não formos contra essa possessão, não poderemos expressar-nos livremente, se não desfazemos o mito da “cara metade”, não poderemos produzir e deixar fluir o desejo. Se o processo é inevitavelmente uma des-construção do estabelecido, e já que o estabelecido se encontra completamente fundido e confundido com o que é a vida, mantendo-a parasitada com fios invisíveis, a perspetiva anti-eudípica e anti-patriarcal é uma ferramenta imprescindível para não seguir na confusão e na parasitação da nossa vida pelo Poder patriarcal”

O Mito de Edipo.

Édipo nasceu príncipe da cidade de Tebas, filho do rei Laio e da rainha Jocasta. Ao nascer, foi levado ao oráculo de Delfos onde foi profetizado que Édipo se tornaria um herói, após matar o pai e desposar a mãe, desencadeando uma cadeia de desgraças, que causariam a ruína da casa real.
Eudipização-culpabilização do filho: No Mito o filho é à nascença entregue pela mãe (Jocasta) ao Pai (Lau) para o mandar matar por causa da profecia, porém, este, não tendo sido morto, cresce e acaba por regressar a Tebas e cumprir a profecia que o pai tanto temia – ele mataria o pai sem saber e casaria com a mãe desconhecendo que era sua mãe… assim, quando ele descobriu o que aconteceu cega-se e foge para longe por se sentir culpado. Ora segundo esta autora, e na sua perspectiva, Edipo devia ter reivindicado os seus direitos e não sentir-se culpado: o mito é apontado como o fim do domínio da Mãe na cultura grega passando para o Pai o Poder em detrimento da principio da Vida…O mito anuncia assim o reino do Pai e o patriarcado e o fim do reinado da Mãe.
rlp




domingo, março 10, 2024

QUEM É LILITH



Quadro - de uma palestra com Jan Val Elam 

QUEM É LILITH?



"A Lilith é uma verdadeira revelação/revolução, e o processo pelo qual está a ganhar voz é verdadeiramente feminino, não está a pegar em armas contra ninguém, está a construir um caminho que embora passe pela palavra como meio de comunicação, não é um caminho intelectual e vazio, muito pelo contrário, é um caminho tão pleno de sentido e de emoção que 
ninguém consegue ficar indiferente."

Isabella Garnesche - é Alguém que leu e percebeu de forma clarissima Quem é Lilith. Lilith não é uma deusa do panteão grego ou proveniente das narrativas da Sumeria e Babilonia, podendo até nem ser humana na origem, mas nada tem a ver com o que dela disseram os misticos cristãos nem fizeram dela as seitas pagãs e esotéricas que a usam como um Demonio para fazer rituais e feitiços ...
Lilith liga-se a Pandora e Eva e faz parte de uma triade de Mulheres livres e poderosas que mudaram o curso da Humanidade...
Lilith é a rebelde por excelência que não aceita qualquer dominio aos deuses nem a deusas. Ela é a Cabeça (da Serpente) de uma rebelião que dura há muitos milénios para lá da nossa breve história manipulada pelas religiões judaica ou cristã.
Ela não é, como bem diz a Isabella, um caminho intelectual e vazio, e eu acrescento, nem uma aspiração mistica e menos ainda de sujeição a qualquer religião, nova ou velha, e está muito a frente deste tempo de mentiras e opressão do feminino. Ela é o padrão máximo da essência indomável da mulher que devemos seguir, sem deuses nem deusas, sem qualquer sujeição a leis e a normas, rituais e cultos ou formulas que a definam. Por isso ela é e será sempre uma revelação/revolução dentro de cada mulher que em si desperta para si mesma.
rlp
rosa leonor pedro


Por Isabella Garnesche
 
"Lilith representa a saída do jogo arcôntico, não apenas para as mulheres, mas para qualquer ser espiritual que por engano ou bondade tenha caído neste esgoto a céu aberto, onde os parasitas competem entre si e se devoram uns aos outros a troco de rigorosamente nada. Lilith conduz-nos à saída porque está do lado de fora deste constructo insano, e por estar fora torna-se inacessível aos que estão demasiado embrenhados nas ilusões deste mundo, nos seus simbolismos, rituais e falsas necessidades. Quando nos focamos no que existe dentro do jogo, vamos ter sistematicamente ao jogo, nunca dele saímos, é isto que acontece a quem segue políticos e figuras religiosas, que são uma e só coisa. É também isto o que acontece a quem cai nas narrativas do tipo «bodhisattva» e deseja regressar ao jogo para libertar os outros, sem se aperceber de que esta é uma das mais utilizadas estratégias do sistema, ou da matrix, para nos trazer continuamente de volta ao cárcere, onde reencarnamos sem Lilith, sem memória, e por isso sem «fúria».

Em inglês, a venda na amazon...




A Minha celebração di dia da Mulher - 8 de Março - foi ter  RECEBIDO ESTA MAGNIFICA PRENDA, A TRADUÇÃO DO LIVRO PARA INGLÊS.

 

SINTO-ME PROFUNDAMENTE EMOCIONADA E GRATA  a Ouassima Issrae que traduziu e publicou o meu livro em Inglês - à venda para todo mundo na AMAZON 


Eis as suas palavras: "Algumas estão me mandando essa mensagem: Feliz dia da mulher!!!
Deixe-me dizê-lo em voz alta: Nesta terra onde os valores são invertidos, celebramos o que desacralizamos (mulheres e crianças, água e animais), e fazemos parques * gaiolas para aquilo que destruímos (parques nacionais, pássaros e abelhas, casas com paredes alta etc).

Toda a criação e a vida é feminina por natureza, e até que NÓS mulheres voltemos ao nosso lugar de direito, não há nada para celebrar senão pressupostos culturais contínuos sobre as Mulheres e o seu papel na sociedade: nas relações amorosas, na família, na economia e na política.
Nesta nota, acabei de editar este fantástico livro revolucionário da Rosa Leonor Pedro , espero que seja publicado hoje pelo seu simbólico abalar os corações daqueles que o irão ler!

terça-feira, fevereiro 27, 2024

Os homens não sabem o que é amor...




UM HOMEM QUE DIZ A VERDADE...


 "Um filho é uma armadilha que se fechou."

“De forma geral, os homens não sabem o que é amor, é um sentimento que lhes é totalmente estranho. Conhecem o desejo, o desejo sexual em estado bruto e a competição entre machos; e depois, muito mais tarde, já casados, chegam, chegavam antigamente, a sentir um certo reconhecimento pela companheira quando ela lhes tinha dado filhos, tinha mantido bem a casa e era boa cozinheira e boa amante - então chegavam a ter prazer por dormirem na mesma cama. Não era talvez o que as mulheres desejavam, talvez houvesse aí um mal-entendido, mas era um sentimento que podia ser muito forte - e mesmo quando eles sentiam uma excitação, aliás cada vez mais fraca, por esta ou aquela mulher, já não conseguiam literalmente viver sem a mulher e, se acontecia ela morrer, eles desatavam a beber e acabavam rapidamente, em geral uns meses bastavam. Os filhos, esses, representavam a transmissão de uma condição, de regras e de um património. Era evidentemente o que acontecia nas classes feudais, mas igualmente com os comerciantes, camponeses, artesãos, de forma geral com todos os grupos da sociedade. Hoje, nada disso existe.
 
As pessoas são assalariadas, locatárias, não têm nada para deixar aos filhos. Não têm nada para lhes ensinar, nem sequer sabem o que eles poderão vir a fazer; as regras que conheceram não serão de todo aplicáveis a eles, porque eles viverão num mundo completamente diferente. Aceitar a ideologia da mudança permanente significa aceitar que a vida de um homem está reduzida estritamente à sua existência individual e que as gerações passadas e futuras não têm, aos seus olhos, nenhuma importância.
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É assim que nós vivemos, e ter um filho, hoje, para um homem, já não faz qualquer sentido.
O caso das mulheres é diferente, porque elas continuam a sentir a necessidade de terem um ser que amem – o que não é, nem nunca foi, o caso dos homens. É um disparate acreditar que os homens também têm necessidade de acarinhar e de brincar com os filhos, de lhes fazer festinhas. Por mais que no-lo digam, é um disparate. Depois de nos termos divorciado e de o quadro familiar se ter desfeito, as relações com os filhos perdem o sentido. Um filho é uma armadilha que se fechou, é o inimigo que temos de continuar a manter e que vai acabar por nos enterrar.“
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— Michel Houellebecq (n. Michel Thomas, na Ilha da Reunião, a 26 de Fevereiro de 1956), romancista, poeta, ensaísta, realizador e argumentista francês, in ”As Partículas Elementares”.

O SER HUMANO SEM MÃE É INCAPAZ DE AMAR...




NO BRASIL - "CORPO QUE PARIU"


AS MÃES e as mulheres ESTÃO A SER anuladas da sua essência, em nome dos hibridos e já não há protecção à criança, nem à Mãe, mas às aberrações de mulheres que NÃO se sentem mulheres mas depois parem como "homens"... E a verdadeira Mulher-Mãe que era antes condenada à partida e julgada se fosse incapaz de proteger o filho e a quem a criança era retirada em nome de uma lei de protecção a criança, ela e a criança é agora como Mãe cilindrada pela Maquina estatal cega, pela mesma lei, em nome de mulheres trans e tudo isto conduzido por gente sem escrúpulos e sem humanidade que são os politicos.
Este é o estado de alienação dos valores essências da vida a que chegamos. A MÃE e o bebé, são coisas alienáveis...o bebé apenas vale dinheiro para os gays e trans, mas a verdadeira Mãe e a Mulher não valem nada...
rlp 

O SER HUMANO SEM MÃE É INCAPAZ DE AMAR...

"O Amor da Mãe é a essência fundamental da feminilidade e identidade da mulher. A sua ausência na psique de uma mulher cria uma ferida profunda que deve ser curada. No actual estágio da experiência humana, a desconexão do amor da Mãe Original é uma ferida arquetípica generalizada para quase todas as mulheres. O facto da Mãe Humana não ter estado lá leva a mulher a inconscientemente negar a existência da Mãe Divina. A mensagem inconsciente profunda é de que a Mãe Sagrada não existe ou não está lá para a apoiar. E, assim, a mulher vira-se para os homens e para um Deus masculino na esperança de que eles possam dar-lhe o que lhe falta. No processo, ela compromete os seus valores, desliga-se da sua feminilidade, e vende-se por barato. " Guru Rattana

sexta-feira, fevereiro 23, 2024

A ANIQUILAÇÃO DA MULHER




 COMO PASSAMOS DA SACRALIDADE A ABERRAÇÃO
 


NO BRASIL A NOVA DESIGNAÇÃO PARA A MULHER GRAVIDA - "CORPO QUE PARIU"
Em Portugal há um designação parecida..."Puta que pariu" - já era feio e máu, mas agora "corpo que pariu"...é imundo e anuncia o fim de um mundo decente e digno - ou a esperança disso. 

TESTEMUNHO DE UMA JOVEM MÃE BRASILEIRA

Rosa querida creio que já sabes que por aqui no Brasil o ministério da saúde adotou o termo mãe por "corpo que pariu" e já temos figurinhas no whats de homem grávidos. Eu alertei em um grupo de mães sobre essa figurinha e sobre o que o "corpo que pariu" fomos reduzidas para refletirmos. Me chamaram de homofóbica e não entenderam que somente o corpo da mulher que pode pari e acham que está tudo certo pois temos que acolher a todos e eu estava sendo preconceituosa, pois a figurinha do homem grávido pode representar uma mulher Trans. Eu acabei me machucando feio depois desta discussão virtual por um descuido meu, mas passo bem. Meu companheiro disse que foi energia negativa que as próprias mulheres me mandaram. Muitas escreviam que eu estava confusa. Que a Deusa nos perdoe, como pode uma mulher não compreender que não nada para incluir nesta política? Uma mulher Trans tem útero, e é também mãe. É nosso fim e as mulheres se dividem mais ainda. E meu companheiro ainda me alertando "você pode ser denunciada" e eu perguntei por defender as mulheres e a mãe? São tempos sombrios, para mim este é o próprio sistema da besta que a mulher defende a sua aniquilação. E quem defende com alma e amor é "apedrejada". Nem as mulheres têm mais alma. Eu já estou tão desiludida, mas vejo uma categoria de mulheres egoístas e já sem alma, onde a emoção pulsante de carregar um filho ou sentir -se mulher desapareceu ou nuca existiu nesses seres. Me sinto uma tola por me expressar e defender as mães e mulheres. Quase não pude usar a palavra mulheres que já foi considerado ofensivo. Profundamente abalada. E o que seremos? Abraços B.



SÓ A MULHER TEM UTERO E SÓ A MULHER ENGRAVIDA:
As mulheres modernas perderam a identidade, a dignidade e a hoje não tem carácter nem  a menor consciência do seu valor e prostituiem-se das formas mais ignóbeis ao aderirem a estas teorias de géneros e assim os estados e países trabalham na sua anulação negando a Mãe e a Mulher. 


El útero es hoy un gran desconocido

Las mujeres tenemos que contarnos muchas cosas. De mujer a mujer, de mujer a niña, de madre a hija, de vientre a vientre.
(...)
Recuperar la sensibilidad del útero es posible Cuando una niña llega a la adolescencia tiene el útero tan rígido y contraído, que hasta la mínima apertura del cervix para la menstruación le produce fuerte dolor. Pero sabemos de jóvenes que tenían reglas muy dolorosas, que han dejado de tenerlas después de adquirir conciencia de su útero, visualizándolo, sintiéndolo y relajándolo. Tomar conciencia del útero, visualizarlo, sentirlo y relajarlo puede lograr mejores y más satisfactorios resultados que las saldevas.

Para recuperar la sensibilidad uterina la primera cosa que hay que hacer es explicar a nuestras hijas desde pequeñas que tienen un útero, para qué sirve y cómo funciona. Explicarles que cuando se llenan de emoción y de amor, su útero palpita de placer. Tenemos que recuperar con ellas las verdaderas danzas del vientre, para que cuando lleguen a la adolescencia no tengan reglas dolorosas, sino que se sientan en ese estado especial de bienestar.

Hay que recuperar la transmisión por vía oral de la verdadera sabiduría, de una sabiduría hecha de experiencia, complicidad y empatía visceral; es decir, una sabiduría gaiática, que se comunica por abajo, al margen de las relaciones de Autoridad, que fluye con la sinfonía de la vida, que se derrama con el deseo, que sabe sin saber que sabe prácticamente todo acerca de la condición femenina escondida en el Hades, y reconoce lo que es bueno y lo que es malo para la vida humana.

(...)
Cacilda Rodrigñes Bustus

quarta-feira, fevereiro 21, 2024

O MEDO DAS MULHERES

 

"A consciência da mulher é diferente; ela já percebeu as coisas quando o homem ainda tateia na escuridão. A mulher percebe as circunstâncias que a cercam e as possibilidades a elas ligadas, algo que um homem costuma ser incapaz. Por isso, o mundo da mulher parece-lhe pertencer ao infinito, para fora do tempo e para o transcendente, pode fornecer as indicações e os impulsos mais válidos. Essa transcendência é a sabedoria, e esta supera o saber intelectual...A mulher e tudo a ela associado parecem bem estranhos ao macho e, no entanto, isso faz parte de seu universo mais íntimo, à espera de se realizar por ele"*



EM SEREM VERDADEIRAS



As encruzilhadas de Hecate...

"A Crone está desaparecida na nossa cultura há tanto tempo que muitas mulheres, especialmente raparigas jovens, não sabem nada sobre a sua tutela. As raparigas jovens da nossa sociedade não são iniciadas por mulheres mais velhas na feminilidade com a sua dignidade e poder acompanhantes.
Sem a Crone, a tarefa de pertencer a si mesmo, de ser uma pessoa inteira, é praticamente impossível."
**

Este e outros textos que referem a Velha, ou anciã, a dita Crone, termo pouco usual no português, fazem-me reflectir na minha própria realidade actual ou na minha condição de anciã de facto, porque não é fácil cortar a direito e dizer verdades incómodas e ver como me olham e me acusam de intolerante e radical perante algumas mulheres que não ousam ser verdadeiras para si mesmas e por eu o dizer, me criticam e se afastam zangadas. Mas é quando somos verdadeiras que moldamos as nossas almas...se não tivermos medo. Se o não fizermos atempadamente acabamos por destruir a nossa integridade e impedir outras mulheres de avançarem também sendo autenticas...
Precisamos ousar dizer o que sentimos e pensamos umas sobre as outras. Não deve haver adulação nem perjuro...mas sinceridade e transparência, em vez de buscamos facilmente cumprimentos e elogios, pois isso favorece a nossa fraqueza e adultera o ambiente, seja ele qual for...
É perfeitamente notório que nos círculos de mulheres e entre amigas a maioria das mulheres se esconde em estratagemas e cenários com nuances diversas, para se afirmarem, em vez de procurarem a sua verdade. Elas preferem permanecer na ignorância ou em negação de si em vez de dizerem o que realmente sentem, e quando as situações surgem ou as pessoas não estão a dizer aquilo que sentem. Preferem também não dizer a verdade daquilo que veem e desse modo acabam por serem coniventes e ao calarem-se isso pode ter um peso enorme nas outras mulheres que até confiam nelas e assim abalam os alicerces do que quer que tenham construído, seja a amizade seja um grupo. Quando as mulheres não confiam em si mesmas elas falseiam e por isso mentem, acabando por não tomar decisões importantes nas suas vidas no momento certo, os momentos de verdade - que são os momentos de tomar "decisões cruciais, diante das encruzilhadas", como diz Jean Shinoda Bolen e eu tanto sinto na minha vida actualmente.
Sim, "Sempre que diz a verdade a outra pessoa, sobretudo se a verdade abala uma premissa, esse momento, torna-se numa encruzilhada. Do mesmo modo, sempre que procura a verdade, Hécate é a sabedoria interior que a preparar para ouvir.
Por vezes pode sentir-se inesperadamente na encruzilhada da Hécate, quando alguém está a dizer ou a fazer algo que a porá numa situação difícil. Pode ser um momento de falar em público ou uma situação em que “calar é consentir”, talvez perceba por si que se trata de um momento de verdade que lhe exige que faça o que sabe ser difícil, mas verdadeiro para sí.
Além do efeito que pode ter sobre a própria situação, estes momentos moldam a alma.
Por vezes, quando sabe que o que está prestes a fazer parece “herético”, surge um temor irracional, uma reacção emotiva que parece antecipar o grito “Bruxas á fogueira!” Trata-se de um medo transpessoal existente na psique das mulheres, um terror de serem rotuladas de bruxas e perseguidas.
Sentir este medo e ainda assim fazer o que tem de ser feito, exige coragem. Tendo em conta as repercussões no campo da energia colectiva feminina, quanto mais mulheres enfrentarem este medo mais fácil será para outras." **



rosa leonor pedro

(*p.172   J. Guendher, em yuganaddha, The Tantric View of live)
in As Deusas em cada Mulher, a Deusa Interior, de Jean Shinoda Bolen
**Marion Woodman, Dançando nas chamas,"

Toda a vida humana no nosso planeta nasce de mulher.



" Nascido de mulher. O que significa para os homens terem nascido de um corpo de mulher " 

(Garzanti, 1996) de Adrienne Rich. Saiu em 1976 nos EUA, oferece uma análise da maternidade numa perspectiva feminista.

" Toda a vida humana no nosso planeta nasce de mulher. A única experiência unificadora, incontestável, partilhada por todos, homens e mulheres, é o período de meses passado a formar-nos no colo de uma mulher. Uma vez que os pequenos do homem necessitam de cuidados muito mais tempo do que os outros mamíferos, e uma vez que a divisão do trabalho desde há muito estabilidade nas sociedades do homem atribui às mulheres a quase total responsabilidade pela criação dos filhos para além de os criar e amamentar, Nós temos as primeiras experiências de amor e de decepção, de poder e ternura, através de uma mulher.
Toda a vida e até na morte, guardamos a impressão digital desta experiência. No entanto, estranhamente, há pouco material que nos ajude a compreendê-la e a utilizá-lo. Sabemos muito mais sobre os mares que navegamos do que da maternidade... há muitos elementos a indicar que a mente masculina sempre foi obcecada pela ideia do dever a vida a uma mulher, o esforço constante do filho para assimilar, compensar ou negar o Feito de ter nascido de mulher.
As mulheres também nascem das mulheres. Mas sabemos pouco sobre os efeitos culturais deste facto, porque as mulheres não foram as protagonistas e as portadoras da cultura patriarcal... expressões como ' Estéril ' ou ' sem filhos ' foram utilizadas para lhe negar qualquer identidade adicional. O termo "não pai" Não existe em nenhuma categoria social.
O fato físico da maternidade é tão visível e dramático que o homem demorou algum tempo a perceber que ele também tinha uma parte na geração. O significado de "paternidade" continua a ser tangencial, exclusivo. Ser Pai sugere fornecer espermatozóides que fertilizam o ovo. Ser mãe implica uma presença contínua, pelo menos nove meses, e geralmente durante anos. A maternidade chega-se primeiro através de um ritual de passagem de grande intensidade física e psíquica - gravidez e parto - e depois com a aprendizagem dos cuidados necessários à criança, que não se conhecem por instinto. Um homem pode gerar um filho em um momento de paixão ou de violência, e depois repartir; também pode não rever mais a mãe, não se interessar pelo filho. Nestas circunstâncias, a mãe encontra-se confrontada com uma série de escolhas dolorosas, tornadas opressivas pela sociedade: aborto, suicídio, abandono da criança, infantil, criar um filho com a marca de "Ilegítimo", geralmente na pobreza e sempre no Fora da lei. Em algumas culturas, espera-lhe a morte pelas mãos da sua família. Algum que seja a sua escolha, a sua mente nunca mais será a mesma, o seu futuro como mulher está marcado por este evento... quase todas as mulheres, mesmo que como irmãs e tias, amas, professores, mães adoptivas, madrastas, foram mães porque dedicaram seus cuidados às crianças... para a maior parte de nós foi uma mulher que nos deu continuidade e estabilidade - mas também as repulsas e negações - dos nossos primeiros anos, e nossas primeiras Sensações, as nossas primeiras experiências sociais estão associadas às mãos, aos olhos, ao corpo, à voz de uma mulher... neste livro eu tentei distinguir entre os dois significados de maternidade, geralmente sobrepostos: A relação potencial da mulher com As suas capacidades reprodutivas e com os filhos; e o instituto de maternidade que visa garantir que esse potencial - e, consequentemente, as mulheres - permaneça sob controlo masculino ".


AS MULHERES PATRIARCAIS...

 


As Mulheres Também Podem Ser Patriarcais

O patriarcado também penetra na psique das mulheres, condicionando muitas  de nós a concordar e incorporar valores patriarcais.

Assim como um homem não é automaticamente patriarcal em virtude de ser um homem, uma mulher, em virtude de ser uma mulher, não está impedida de ser patriarcal.

Como uma mulher branca que foi criada em uma sociedade patriarcal, sei muito bem como posso ficar atordoada com meu condicionamento. Eu sei o quão facilmente muitas de nós podemos ficar impressionadas com o absolutismo em preto e branco e a autoconfiança dogmática do patriarcado, e como é fácil ser intimidada a ceder nosso poder a uma figura de autoridade patriarcal e confiar nele para nos dizer o que é certo e errado.

Quando as mulheres se encontram impotentes para identificar abusadores e sermos capazes de nos proteger da masculinidade abusiva, é porque temos dentro de nós a voz crítica de um homem patriarcal nos colocando para baixo, nos diminuindo, nos fazendo sentir inferiores e erradas. Esta sombra masculina insidiosa dentro de nós concorda com o comportamento abusivo dos homens patriarcais que encontramos em nossas vidas. Em seguida, nos alinhamos com a visão de mundo do nosso agressor ou opressor.

É por isso que algumas de nós, mulheres, acabamos defendendo líderes abusivos e apoiando uma legislação que vai contra nossa própria igualdade, auto-soberania e segurança como mulheres. Como consequência, acabamos abraçando as próprias crenças que desrespeitam as mulheres, colocam em risco a vida das mulheres e diminuem o valor das mulheres.

Este é um caminho que inexoravelmente nos leva a nos tornar mulheres patriarcais.

Há muitas maneiras pelas quais uma mulher se torna patriarcal, mas vou delinear três padrões principais aos quais muitas de nós somos particularmente suscetíveis, na esperança de que nossa consciência dessas tendências nos capacite para transformá-las.

1. Mulheres que incorporam um tipo de autoridade patriarcal

A primeira maneira pela qual uma mulher se torna patriarcal é renegar completamente sua identidade como mulher e se tornar “um dos meninos”. Esta é uma estratégia para evitar pertencer a um grupo que é considerado inferior e sujeito a discriminação e sexismo. Se ela adotar atitudes, crenças e comportamentos patriarcais, ela se sentirá precariamente igual aos homens no poder e se sentirá privilegiada pela associação. Ela pode então competir com eles dentro da estrutura de poder existente e até mesmo ganhar uma posição de poder sobre alguns deles. O perigo é que, quando chegar ao topo da escada patriarcal, ela não considerará mais as necessidades e desafios específicos das mulheres, como os associados à maternidade, nem defenderá os valores femininos de colaboração, flexibilidade e inclusão como sendo importantes. Este é um produto de seu condicionamento patriarcal para vencer a todo custo e ver o feminino como fraqueza.

Nossa sociedade está-se transformando rapidamente, e precisamos desesperadamente de mulheres líderes em todos os campos. Mas essas mulheres devem integrar valores e atitudes saudáveis em seu estilo de liderança, a fim de harmonizar o masculino saudável com o poder do feminino, permitindo assim que as mulheres mudem a estrutura de poder da sociedade de dentro para fora. Porque, caso contrário, mulheres poderosas também podem ser homens patriarcais. Se nossos líderes expressam sua autoridade através de valores patriarcais, não faz diferença se são mulheres ou homens.

2. Mulheres Que Se Tornam Submissas À Sombra Masculina

A segunda maneira pela qual uma mulher se torna patriarcal é aceitando uma posição de inferioridade e tornando-se subserviente ao masculino patriarcal. Ela perde seu poder, seu senso de si mesma e seu melhor julgamento, abdicando de tudo para uma autoridade patriarcal, a fim de receber reconhecimento e validação de si mesma, ganhando sua aprovação.

Essa autodiminuição insalubre não deve ser confundida com aceitar e abraçar os papéis tradicionais das mulheres como mães e cuidadoras. Na verdade, uma mulher pode ser uma mãe que fica em casa e ainda ser perfeitamente empoderada e auto-soberana porque ela vê seu trabalho como criticamente importante para sua família e para a sociedade e valoriza sua própria sabedoria.

Pelo contrário, uma mulher se torna patriarcal quando internaliza a mentira perniciosa de que os valores femininos e todas as características do feminino e, por extensão, das próprias mulheres, são inerentemente inferiores. Essa mentira se manifesta como uma autocrítica muito subtil ou através de uma crença enraizada de que as contribuições dos homens para a sociedade são mais importantes, ou que os homens são mais adequados para empregos que exigem a projeção de autoridade. Isso leva muitas mulheres a acreditar que as mulheres devem obedecer aos homens de forma inquestionável e, portanto, é perfeitamente natural que os homens sejam desproporcionalmente representados na política e nos negócios.

3. Mulheres que são privilegiadas por seu status em estruturas patriarcais

O terceiro padrão pelo qual uma mulher apoia a estrutura patriarcal acontece quando ela não quer balançar o barco porque perderia seu status privilegiado. Essa posição é mais prevalente entre as mulheres brancas de classe alta porque temem que, se o patriarcado entrar em colapso e a sociedade se tornar mais inclusiva e igualitária, elas possam perder seus privilégios. Esse tipo de padrão patriarcal muitas vezes leva a mulher a aceitar compromissos difíceis em troca da proteção do homem do qual ela depende.

 Extratos dum texto de Tiziana Dellarovere